[Resenha] Linhas


"A paixão da Nonie é a moda. Edie quer salvar o mundo. Jenny ganhou um papel num filme de Hollywood. Certo dia, três melhores amigas conhecem Crow, uma garota refugiada da guerra civil em Uganda, que se veste com tutu e asas de fada e desenha vestidos fantásticos - é quando têm a chance de realizar algo realmente grandioso e, com isso, tornar todos os seus sonhos realidade."


Antes de falar definitivamente sobre o livro preciso só confirmar: realmente não entendo nada de moda. Com "Linhas" percebi claramente isso. E quando digo entender, é no sentido técnico e histórico da coisa. 
É um mundo totalmente complexo e gigantesco. Pude compreender só um pouco desse mundo com o livro e fiquei bastante interessada. 
"Linhas" cita muitos nomes da moda, e de todos, só conhecia Dior e não o criador, mas, a marca. Portanto, tive a certeza: a moda é algo desconhecido, pouco sei sobre ela... E sério, como a moda é complicada. 
Pensamos que é só costurar e fazer uns negócios lá e aqui... e pronto. Mas, olha, é um trabalho duro e árduo e o pior de todo esse trabalho é o prazo: muita coisa para fazer em pouco tempo. Gostei muito mais da moda depois dessa leitura. 
E, consequentemente, amei o livro: cheio de informações e cultura, de uma forma leve e básica, de uma forma gostosa e atraente. De uma forma que te prende e te emociona. 
Não sei os motivos exatos, mas, achei "Linhas" levemente perfeito. Coloco o levemente na frente não por ter contido algo que eu não gostei e sim por não ser um livro marcante ou cheio de momentos altos e baixos e ainda sim te envolver: seja com a história ou com as personagens. 
O livro não tem o ponto alto, se é que me entendem. No entanto, você lê a história e nem consegue perceber isso, já que está totalmente envolvida com a Crow e as atividades das meninas para ajudá-la. 
Com certeza, se eu pudesse ajudar a Crow, eu aceitaria de cara. Afinal, ela é uma criança tímida, quieta e cheia de talentos, conquistando você exatamente por causa de todos esses fatores combinados e um pouco mais. A Crow fala com os olhos e sorri com o coração.
Outra coisa que eu de fato faria: usaria um vestido dela. Sei lá, eu fiquei imaginando os vestidos e pareciam realmente perfeitos. Aliás, essa habilidade dela não surgiu do nada como acontece em alguns livros. Crow tem esse dom desde pequena. Como se fosse destino. 
Eu realmente simpatizei com todas as meninas. Na verdade, gostei só um pouco da Edie no início do livro. Na metade, gostei mais ou menos. No final, gostei mais ainda dela. 
Tipo, a Edie é meio chata, meio irritante, meio sincera demais e tá. Porém, ela é uma amiga de verdade e também quer ajudar o mundo. Ou seja, quem dispensaria a Edie por causa de características tão pequenas comparadas ao que ela é e ao que ela quer de verdade? Provavelmente, quem não a conhece bem, mas, depois você se acostuma com o jeito dela e a acha incrível. 
A Nonie é demais. É a narradora, inclusive. E tem um irmão chamado Harry apaixonei por ele, todo jogadão e fofinho e conquistador e perfeito assim, haha
A Nonie comete uma mancada grande no livro e várias vezes se sente meio de lado e abandonada pela mãe. Em certo momento, até sente inveja do relacionamento da Crow com sua avó e sua mãe, coisa que ela nunca conseguiu na vida delas e Crow conseguiu: atenção e elogios incríveis. Mas, ao passar do tempo, descobre que era ela (Nonie) quem precisava da Crow para seguir em frente e conseguir algo na vida. 
A Jenny garantiu boas risadas com sua presença no tapete vermelho: cada roupa que mandavam ela usar. Ri bastante dela e senti meu coração quebrar em vários pedaços depois do que aconteceu com ela. Fiquei indgnada, assim como a Edie e gostaria muito de ajudá-la. Pois, mesmo com a Jenny viajando e nunca estando muito perto, ela fez o que pode para ajudar as amigas. Ah, eu gostei dela porque é meio parecida comigo e com quase todas as pessoas quando se trata de amor: cria fantasias mesmo sabendo que não vai dar certo.
O que estou tentando dizer é: cada uma tem seu potencial e são maravilhosas do jeito que são. E algumas pessoas, no livro mesmo, só são capazes de perceberem isso depois de muito tempo e depois do surgimento da Crow na vida dessas garotas.
"Linhas" mesmo sendo uma leitura juvenil traz um assunto interessantíssimo: as pessoas da África que precisam de ajuda. As crianças invisíveis, os soldados ruins, a realidade que poucos veem e nos é apresentada de forma triste, simples e verdadeira no livro.
Sabe, o livro desperta o interesse em ajudar e sei lá, você passa a entender melhor. 
Eu fiquei emocionada, porque me imaginei no lugar da Crow e de toda sua família. E mesmo imaginando tudo isso, é muito mais difícil do que se possa imaginar, com certeza vai muito além. 
No livro o assunto é abordado de forma muito superficial e mesmo que todo o livro tivesse grande parte do que ocorre por lá, não seríamos capazes de compreender a dor que essas famílias vivem. Realmente, só vivendo para acreditar e entender. Na verdade, até vivendo nós não entenderíamos. Não entenderíamos o porque de tanta gente sendo cruel, sem motivos realmente expressos. É uma dor sem explicação, de fato. Enfim, achei legal o seguinte sobre esse assunto: a autora Sophia colocou um site sobre as crianças invisíveis, dei uma olhada rápida e indico (só dei uma olhada rápida porque não sei inglês, mas, para quem sabe, vale a pena): Invisible Children
Gostei da mensagem do livro: não importa se parece ser impossível, você precisa correr atrás para conseguir. Afinal,  nada é impossível até que se prove o contrário
Como disse, Linhas é uma leitura agradável, cheia de cultura e levemente perfeito, além de ser divertido. Nos faz ficar triste e feliz, nos faz pensar, refletir. Tem de tudo um pouco e virou um dos meus favoritos. Estou louca para ler a continuação: Brilhos
Espero que seja igualmente bom.
E preciso agradecer novamente ao blog Na Parede do Quarto, já que ganhei o livro numa promoção do blog e sem essa promoção não teria acesso ao livro Linhas, que é ótimo! 
Eu recomendo sem pensar duas vezes. 
Algo me encantou nesse livro e futuramente posso até arranjar algum defeito lendo outras resenhas, mas, eu realmente adorei o livro. Não é marcante nem nada, mas, tem algo envolvente, algo que não sei exatamente o que é: capa, personagens, narrativa... realmente não sei. 
Ah, teve alguns erros de tradução, algumas palavras engolidas e outras esquecidas ou trocadas. Nada muito incômodo. 

"Isto é... a minha vida. Na minha cabeça, em toda a minha vida, tenho olhado essas coisas bonitas. Agora posso fazê-las.
Ela não fala muito. É um grande discurso para Crow. Estou profundamente tocada. Mas algo em sua maneira de falar faz parecer que ela está se despedindo.
Posso sentir meus olhos se enchendo de lágrimas."

                                                                                                                     Página 148.
"Esse é o problema - diz ela. - Eu quero. Sempre quis. Muito. Além do mais. Você precisa de mim. Você disse. - Ela sorri. O quarto se ilumina como sempre acontece quando ela sorri. Sem sombra de dúvida, ela tem o sorriso mais bonito que eu já vi."
                                                                                                                    Página 169

Classificação:
Excelente!!
Gostaria de falar mais coisas sobre algumas personagens interessantes. No entanto, estaria dando spoilers. Só digo uma coisinha, então: existe uma cena linda no livro, linda linda linda, pude sentir a alegria dentro de mim quando li aquela cena linda!
Bom, é isso... deixarei algumas fotos aqui com o livro...
Aquela pausa básica para o café. <3
Capa linda <3
Até a próxima postagem, espero que tenham gostado da resenha e das fotos! (:

Ah, esqueci isso: 
EU QUERO A CONTINUAÇÃO, EU QUERO <3 CAPA IGUALMENTE LINDA :)