[Cinebook] Cidade dos Ossos

Antes de começar qualquer coisa, deixe-me explicar um pouco como irá funcionar essa nova coluna que estou estreando agora. Cinebook foi uma ideia minha e da Mayara de comentarmos sobre os livros que viraram filme. Discutir sobre sua adaptação para o cinema, os pontos que gostamos e não gostamos, além de analisar sobre as mudanças sofridas.

Vamos começar então?

Sinopse: Clary Fray (Lilly Collins) testemunhou um misterioso assassinato, mas ela não sabe o que fazer porque o corpo da vítima sumiu e parece que ninguém viu os envolvidos no crime.

Para piorar a situação, sua mãe desapareceu sem deixar vestígios e agora ela precisa sair em busca dela em uma Nova Iorque diferente, repleta de demônios, magos, fadas e lobisomens.

Para ajudá-la, Fray conta com os amigos Simon (Robert Sheehan) e o caçador de demônios Jace Wayland (Jamie Campbell Bower), mas acaba se envolvendo também em uma complicada paixão.

(Fonte: moviecom)

Cidade dos Ossos é o primeiro volume da saga Instrumentos Mortais criada por Cassandra Clare. A obra já é conhecida mundialmente e tem um enorme sucesso.

O filme, lançado dia 21 de agosto de 2013 na maioria dos países, causou grande polêmica entre os fãs, dividindo-os entre os que odiaram e os que amaram.

Eu, pessoalmente, amei. As modificações que foram feitas do livro para o filme foram sim muitas, mas bem pensadas, pelo que pude notar. Apesar de uma em especial (no final do filme) me deixar um pouco confusa (afinal, alterou um elemento importante para as continuações, em relação ao cálice), não foi algo que me incomodou a ponto de odiar.

Quando entramos para dentro do cinema para assistir um filme de algum livro que lemos, acho que devemos estar BEM cientes de que será completamente IMPOSSÍVEL reproduzir linha por linha do que lemos. Devemos estar cientes de que haverá sim modificações. Claro que dependendo delas, o filme acabará completamente estragado (vide Percy Jackson e o Ladrão de Raios), mas graças a Deus isso não aconteceu aqui com Cidade dos Ossos.

Acho que grande parte disso não se deve somente a direção muito boa do Harald Zwart, mas também a própria Cassandra Clare, autora da obra, por acompanhar a todo o momento o andamento das gravações da adaptação. Isso dá uma confiança a mais para o fã também, afinal, a escritora nunca gostaria que deturpassem demais uma coisa que ela mesma produziu.

Outra coisa que me fez ficar temerosa em relação a Cidade dos Ossos é como tratariam a relação de Clary, Jace e Simon. Ah! O famoso triângulo amoroso! Quem leu o livro, sabe muito bem que o triângulo amoroso aqui nem chega a existir de fato, já que Clary sempre se mostra interessada em um só e deixa claro desde o começo. Mas, com tanto filme com triângulos amorosos fazendo sucesso (especialmente a Saga Crepúsculo), nós ficamos com medo de forçarem demais para esse lado na hora da adaptação para o cinema. Mas por incrível que pareça isso não só não aconteceu, como cortaram até algumas partes do livro que poderia reforçar o triângulo amoroso. Resumindo, ficou algo bem leve e por cima da história, como deve ser realmente.

Enfim, foi espetacular o filme, apesar de eu ter visto dublado (sempre prefiro a voz original dos atores). Os efeitos visuais estavam incríveis, de tirar o fôlego mesmo! A trilha sonora ficou a desejar um pouquinho em minha opinião, algumas ficaram... forçadas demais, eu achei, embora devo admitir que amei a música da Demi Lovato e acho que caiu como uma luva para a cena romântica entre Jace e Clary.

Agora, quero (preciso) abrir um momento aqui para falar sobre os atores e suas interpretações!

A começar com a Lily Collins, nossa Clary Fray. Eu não gosto muito da personagem, para ser sincera, mas a Lily interpretou tão bem que fez meu conceito sobre a Clary até subir um pouco mais rs. Lembro que quando estava no cinema, eu até comentei com uma amiga sobre como ela atuava bem, suas expressões de medo, pânico, entre outros, não ficaram nada forçadas, era como se aquilo realmente estivesse acontecendo e ela estivesse desesperada. Collins conseguiu passar para o público a confusão que Clary sentia dentro de si, e acho que isso foi incrível. Desde que soube que essa atriz interpretaria nossa protagonista, eu procurei assistir alguns outros filmes com ela, e devo dizer que nesse aqui ela se superou, realmente.

Jamie Campbell Bower foi nosso Jace Wayland. E nossa... Eu sei bem como esse ator causou polêmica entre os fãs quando ficou decidido que era ele quem interpretaria o Jace. Muita gente não gostou na época (até eu mesma, admito), e outros continuam não gostando até hoje. Mas de alguma forma, com o passar do tempo, eu me acostumei com a imagem dele como Jace. Confesso que não é aquilo que eu imaginava, mas considerando que não é meu personagem favorito, eu não me importei muito. Gostei dele atuando, embora tenha achado ele um tanto sério demais na maior parte do tempo, o que Jace certamente não é (mas creio que isso nem foi erro do ator em si, e sim da direção).

Simon Lewis (Robert Sheehan)

Robert Sheehan foi um ator que assim que fiquei sabendo que era o escolhido para fazer o Simon, fiquei deslumbrada. Na minha opinião, foi o ator que se encaixou melhor com seu personagem. Robert É o Simon! Ele tem um ar mais nerd, e um jeitinho engraçado, que é bem característico do Simon. Creio que Robert se sentiu totalmente a vontade na hora de interpretar esse personagem mesmo. De todos os atores escolhidos, esse eu realmente aplaudo de pé, ficou de parabéns mesmo.

Outro que me causou quase a mesma sensação de felicidade ao ver interpretando foi Kevin Zegers. Ele interpreta o Alec Lightwood, meu personagem preferido de Instrumentos Mortais, então para me impressionar tinha que ser realmente bom. E ele conseguiu ir além das minhas expectativas. Kevin entrou na alma do Alec, mostrando aquele lado ciumento e possessivo do personagem no primeiro livro, tornando-o até um pouco arrogante com a Clary, e eu adorei isso. Todas as suas cenas (que foram poucas, infelizmente) eu fiquei com meus olhos brilhando e pensando “esse sim é o Alec que eu gosto!”.

Isabelle Lightwood (Jemima West)

Jemima West. Puts... Eu gostaria de saber como conseguiram encontrar ela e escalá-la para fazer a Isabelle Lightwood. A atriz é francesa e bem desconhecida até. Quando vi suas fotos achei ela bonita para ser a Izzy, suas características físicas batiam com o que eu tinha em mente, mas meu medo era só sua atuação, afinal eu não conhecia absolutamente nada dela! Mas assim que começou o filme e ela deu as caras, eu percebi que meu medo era bem bobo, Jemima ficou uma graça como Isabelle! Talvez não tão fria como a Izzy é no primeiro livro, mas isso não me incomodou. Ela conseguiu dar a Isabelle seu brilho e a deixou bem badass, como deve ser.

Por fim, preciso comentar sobre o Godfrey Gao. Magnus Bane aparece extremamente pouco em Cidade dos Ossos, uma pena realmente, mas suas aparições me deixaram sem fôlego! Godfrey estava completamente caracterizado como Magnus, cheio de purpurina, maquiagem, esmalte nas unhas... e sem calças. Quer dizer, tem algo melhor? Rs. Uma pena que não pude conhecer muito bem a atuação do Godfrey em si, já que, como disse antes, Magnus aparece realmente muito pouco. Suas falas são poucas e rápidas e eu fiquei bem triste por isso, quero mais Magnus no próximo filme!

Magnus Bane (Godfrey Gao)

Bom, não vou comentar sobre todos os atores, mas precisava falar daqueles em especial. Claro que Lena Headey como Jocelyn estava linda (e realmente se parecia com a Lily Collins que interpretava sua filha, achei genial!), Aidan Turner como Luke me agradou também, embora não tenha achado muito especial sua atuação (talvez por não gostar tanto de Luke assim), e claro, Jonathan Rhys Meyes brilhou como Valentim, ele tem mesmo uma cara de mal, não foi difícil imaginá-lo como vilão haha.

Para não alongar (ainda mais) essa crítica, devo dizer que o filme é excelente. Algumas coisas ficaram a explicar (como a ligação de parabatai), mas acho que seria informação demais para um só filme, acredito que nos próximos irão falar mais a fundo sobre o sistema de Caçadores das Sombras, Idris, Clave... e as informações que deixaram no ar.

Realmente indico a obra para quem leu o livro, e para quem não leu também. Dê uma chance a Cidade dos Ossos e não vai se arrepender.

Excelente!